sábado, 28 de maio de 2011

INSPIRAÇÕES 6



Originalmente o projeto previa a criação de cinco mini-peças em cinco locais não-teatrais diferentes. Uma fonte de inspiração em relação a um espaço não-convencional é o Jardim Botânico. Apesar de estar diferente, porque, afinal de contas, 40 anos se passaram, o parque exerce uma forte referência em minha memória, pois durante minha infância e boa parte da adolescência fui assíduo frequentador do Jardim Botânico e morador do bairro que recebeu seu nome.
O local me inspirou a seguinte ideia: Um elenco composto por umas 24 pessoas. Todas mulheres? Não lembro da visão. Todas deveriam fazer os mesmos movimentos durante um deslocamento, porém cada uma delas teria um tempo determinado para executar um trajeto que seria o mesmo para todos. Por exemplo: enquanto a pessoa número 1 deve percorrer o trajeto em 12 minutos, o ator número 2 teria que percorrer o mesmo trajeto em, digamos, 6 minutos. Um terceiro ator teria 3 minutos, e assim por diante. Quanto à metamorfose, pensei em transformar árvores em pessoas nuas. Como? Ainda não sei, mas pensei em confundir os atores entre árvores do parque, e criar a ilusão que estás pessoas também são árvores, para num segundo momento fazê-las transformar-se em pessoas que executam uma coreografia baseada no tempo para percorrer um trajeto. A movimentação, os corpos, a expressão, poderiam lembrar o butoh. O tempo seria determinante como ponto de partida para a cena.

SAIU A BOLSA


Viva! Maravilha! Hoje recebi o comunicado que fui ganhei uma bolsa de estudos. Fui chamado na secretaria do pós para assinar um documento que oficializa o ato. Muito bom: sou bolsista da Capes. Vou receber um salário para estudar e realizar minha pesquisa. É claro, que isso aumenta minha responsabilidade. Mas, propicia com que eu dedique mais tempo ao mestrado e à minha pesquisa. Afinal, é justamente para isso que a bolsa serve. Assim, que receber meu primeiro salário começo um curso de línguas.
Ilustração: Marianna Gartner

INSPIRAÇÕES 5

Mais um fragmento de uma obra do multi artista belga Jan Fabre. Desta vez um trecho de Prometeus. 

segunda-feira, 16 de maio de 2011

PRECISA-SE DE PROBLEMA



Nenhuma novidade. Continuo elaborando o projeto em minha cabeça. pensando sobre qual, ó raios, é a questão central da pesquisa. Verifico o que já tenho: tempo, espaço, corpo e palavra. Cada uma destas palavras deverão servir como ponto de partida para investigações a respeito das suas possibilidades de uso nas artes cênicas. Me dou conta que isso já vem sendo analisado e praticado por diversos encenadores e teóricos, e mesmo eu, em alguma instância, já tive oportunidade de pesquisar cada uma destes termos. Será que eu deveria criar uma questão específica para cada uma delas? Qual seria, então, a questão central? O que realmente quero fazer? Qual o problema, a questão, que pretendo investigar?
Não sei bem se esta é a questão central, mas bem que poderia ser a seguinte: pesquisar um método de "traduzir" cenicamente um "material bruto" oriundo de diversas áreas do conhecimento humano. Como? Eis a questão.
ILUSTRAÇÃO: metamorfose 3, proença moutinho

EM QUE PÉ ANDA MEU PROJETO


Em que pé anda meu projeto? Não anda. Simplesmente, não anda. Não apenas por falta de tempo, mas também porque me desapaixonei pelo projeto. Comecei a achar que minha proposta é ultrapassada, visto que se ancora em ideias contidas num livro escrito em 1999. Muitos dos procedimentos esmiuçados no livro Teatro Pós-Dramático, eu mesmo já tive oportunidade de experimentar e/ou utilizar. Percebo agora que, durante os anos 90, trabalhei sobre alguns conceitos e procedimentos ligados a uma pesquisa que Jerzy Grotowski desenvolveu nos anos 60, principalmente no que diz respeito à relação ator-espectador, palco-plateia, espaços não convencionais, disciplina no trabalho do ator, etc. Depois, vieram ideias que Tadeusz Kantor perseguiu em seus trabalhos realizados na década de 70. E agora, meu projeto propõe uma investigação sobre conceitos pós-dramáticos levantados por Lehmann num livro publicado em 99, que busca explicar procedimentos utilizados por grupos e encenadores dos anos 70, 80 e 90. Logo depois da prova para ingressar no mestrado, repensei meu projeto e comecei e sentir que estava trabalhando sobre algo que eu já vinha investigando: teatro contemporâneo. A pesquisa somente poderá interessar se aprofundar oos conceitos de corpo, espaço, tempo e palavra, levando-os para além do que Lehmann explicita em seu livro.
O que importa é a palavra mote: metamorfose. Esta palavra deve detonar e conduzir o processo de criação de um ou mais artefatos cênicos. 
ilustração: metamorfose 2, proença moutinho